30 de mar. de 2008

Viva a Alegria

"Hoje, em tempos de competição, medo do futuro social e ecológico, essa liberdade {liberdade espiritual} pode ser facilmente confundida com a possibilidade de esquecer ou a alienação em relação aos problemas que nos atingem e nos atingirão no futuro. Porém, a compreensão do vazio, que tendemos a interpretar como algo mau, deveria ser vista como o único caminho para uma postura da alma, do espírito ou da consciência, que nos daria a experiência de um prazer para o que não estamos acostumados. O prazer de ter feito a coisa certa e chegado à paz.
A alegria não é, no entanto, apenas a paz de espírito que se busca pela ética. [...] A alegria não apenas acalma, mas, sobretudo, move. [...] Ou seja, a alegria era caracterizada por ser busca, por ser avanço, por ser ação criativa. [...] O prazer que faz pensar. [...]
Em tempos de depressão epidêmica, da desistência da vida transformada em doença e mecanismo social, falar da alegria pode até parecer a mais pueril das alienações. [...] A alegria é tão difícil e cara porque é a conquista da diferença que liberta. Toda ação que liberta é alegre, toda ação que aprisiona é triste, e, na verdade, nem pode ser chamada de ação, mas de mera repetição. [...] A vida humana começa com o pensamento de que é a básica alegria que produz todas as outras."

Contribuição: Helena Tuller.

28 de mar. de 2008

pensando...

já pensaram numa nova era em que os encontros serão digitais, e nossas trocas de energia serão realizadas através de scanners sensoriais... (que papo estranho né). Pois é, tive alguns devaneios a respeito do que é se encontrar... por isso o tema deste EREA é tão real e tão atual para todos nós. E segue ao final um adendo ao tema. Por quê não pensarmos além da Intervenção Humana, pensarmos também na Intersecção Humana, acho que vale a pena. É só.Beijos a todos que amo muito...


Douglas Montes
No Mural de Recados do nosso site http://www.ereajf.arq.br/

24 de mar. de 2008




23 de mar. de 2008

A flor e a náusea

Carlos Drummond de Andrade
[...]
Uma flor nasceu na rua
[...]
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é almente uma flor.
[...]
É feia.Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

texto completo

10 de mar. de 2008

Amor amor amor...

"Acho que, no fundo, o que me fez pensar que apontar as deficiências do mundo
seria uma inteligente maneira de tentar mudá-lo foi a imaturidade.
Impressionou-me perceber que a resposta à afetividade e à tentativa de diálogo
comumente se dá com a completa ausência de retorno ou com um meio sorriso de
quem não quer ser incomodado. Indignou-me ver nos olhos do cotidiano que as
pessoas não estão abertas para o que vier, para o devir. E por ser um novato nas
ciências da proposição de idéias, propus a auto crítica, enumerando e cantando
os nossos erros de forma ao mesmo tempo alegre e melancólica. Agora, no entanto,
começo a pensar diferente. Já não quero mais denunciar a impotência nossa de
cada dia em entregar-se-mo-nos irrestritamente às coisas do mundo. A partir de
agora, tudo o que eu venha a propor, desejo que seja antes de tudo um sentimento
de afetuosidade. Acredito que pesarosamente continuarei a mirar dentro dos olhos
da reprovação em diversas ocasiões. Mas neste instante acho que aprendi algo. À
reprovação do amor, a maior resposta será o próprio amor. E de novo e de novo e
de novo. Incondicionalmente."


Descaradamente roubado daqui.